segunda-feira, 9 de março de 2015

Uma polêmica em relação ao exame

É um texto de Ángel Díaz Barriga, no qual a autor explica que o exame foi convertido num instrumento no qual se deposita a esperança de melhorar a educação, Olha minha síntese sobre o texto.



Referência
BARRIGA, Angel Diaz. Uma polêmica em relação ao exame. In: ESTEBAN, Maria Teresa (Org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 5.Ed.Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p.51-82.
 Síntese reflexiva

O exame se converteu num instrumento no qual se depositou a esperança de melhorar a educação. Porém não é a maneira correta de se afirmar que a educação será melhorada. O exame é um efeito das concepções sobre a aprendizagem, não o motor que transforma o ensino, ou seja, o exame serve para avaliar a aprendizagem e não o processo que leva o aluno a aprender.
            A política educacional tem seus fundamentos conceituais expressos através de noções como: qualidade da educação, eficiência e eficácia do sistema educativo, maior vinculação entre sistemas escolar e necessidades sociais, ou seja, a escola terá que instruir as pessoas a seguir os processos de industrialização com o máximo de eficiência.
            Todo mundo sabe que o exame é o instrumento a partir do qual se reconhece admirativamente um conhecimento, mas igualmente reconhece que o exame não indica realmente qual é o saber de um sujeito, o exame não mede se o sujeito realmente aprender, mas serve para medir se o processo de ensino foi bem ou mal sucedido.
            É habitual que tanto os estudiosos da educação como qualquer pessoa comum pensem que o exame é um elemento inerente a toda ação educativa, porém a história do exame nas práticas pedagógicas mostraria que ele não foi criado para avaliar a aprendizagem e sim para fazer exclusão de membros de uma classe social.
            Em certo sentido, quando a sociedade não pode resolver problemas de ordem econômica, de ordem social, de ordem psicopedagógica transfere esta importância para uma excessiva confiança em “elevar a qualidade da educação”, só através de racionalizar o uso de um instrumento: o exame. O exame será usado para medir as possíveis causas desses problemas.
            Uma das funções atribuída ao exame é determinar se um sujeito pode ser promovido de uma serie para a outro. Ele é usado como um instrumento de promoção de conhecimento, mesmo sem a preocupação de que o aluno realmente aprendeu o processo ensino.
            O exame realiza uma inversão entre os problemas de métodos e os de rendimentos. Nesse sentido o método influencia no rendimento do aluno, por isso a metodologia deve ser bem estudado e bem aplicado para se obter um bom rendimento.
             No século XX, a pedagogia deixou de referir-se ao termo exame, e o substituiu por teste para torna-la com uma conotação científica, e posteriormente por avaliação para uma conotação acadêmica. Pois as ambas concepções são o resultado do processo de transformação social que a industrialização monopólica provocou nos Estados Unidos.
            A construção das provas de inteligência constituiu um enclave privilegiado para justificar as diferenças sociais apresentando-as apenas como individuais. Essa prova tinha o conceito de coeficiente intelectual no qual se reduziu o problema da injustiça social a uma dimensão biologista.
           

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