Síntese reflexiva
O nosso exercício pedagógico escolar
é atravessado mais por uma pedagogia do exame que por uma pedagogia do
ensino/aprendizagem. Uma pedagogia voltada para o resultado das notas do que no
processo da aprendizagem.
Os alunos têm suas atenções centrada
na promoção, ou seja, ele precisa de boas notas no exame para passa de
escolaridade, sem se importa como e quais caminhos ele percorreu para conseguir
atingir sua meta.
Os professores utilizam as provas
como instrumentos de ameaça e tortura prévia dos alunos, protestando ser um
elemento motivador da aprendizagem, mas eles usam as provas como um fator
negativo de motivação, fazendo com o que o medo leve os alunos a estarem.
Os pais das crianças e dos jovens,
em geral, estão na expectativa das notas dos seus filhos. O importante para
eles é que seus filhos tirem boas notas, sem a preocupação de eles realmente
aprenderam.
Por meio de sua administração, o
estabelecimento de ensino, deseja verificar no todo das notas como estão os
alunos. O estabelecimento está interessado nos dados estatísticos das notas.
O próprio sistema de ensino está
atento aos resultados gerais, pois servirá de parâmetros entre os
estabelecimentos de ensino, para uma comparação entre eles e vê se estão dentro
de uma margem “normal” de termos de notas e suas manipulações, polarizam a
todos.
A atenção centrada nas provas,
exames e notas apresenta desdobramentos especialmente na relação
professor-aluno. Os professores elaboram suas provas para aprovar ou reprovar seus
alunos e não para auxiliá-los na aprendizagem, além de fazem promessas de
“pontos a mais” ou “pontos a menos” em função de atividades escolares regulares
ou extra que pode não está ligada a determinado conteúdo.
A utilização das provas como ameaça
aos alunos, por si, não tem nada a ver como o significado dos conteúdos
escolares, mas sim com a disciplinamento social dos educandos sob o amparo do
medo.
Esses fatos não se dão por acaso.
Tais práticas já estavam inscritas nas pedagogias dos séculos XVI e XVII, no
processo de emergência e cristalização da sociedade burguesa, e perduram ainda
hoje. A pedagogia jesuítica tinha a orientação dos estudos escolásticos e um
rigor nos procedimentos de ensino eficiente, a pedagogia comeniana tinha no
medo um excelente fator para manter a atenção dos alunos e a sociedade burguesa
vive na hegemonia da pedagogia tradicional e tem a seletividade escolar e seus
processos de formação das personalidades dos estudantes.
Ao longo da história da educação e
de nossa pratica educativa, avaliação da aprendizagem escolar, por meio de
exames e provas, foi se tornando um fetiche, ou seja, a avaliação da aprendizagem
escolar foi criada para auxiliar o processo ensino- aprendizagem e tornou-se
independente desse processo para leva considerações de interesses.
O medo é um fator importante no
processo de controle social, pois o Estado, a Igreja, a família e a escola usam
como um freio de ações indesejáveis.
As consequências da pedagogia do
exame pode ser: pedagógica, centrada nos exames e não auxilia a aprendizagem
dos estudantes; psicológica, utilizada no desenvolvimento da personalidade
submissa e social, útil no processo de seletividade social.
Referência
LUCKESI,
Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a
pedagogia do exame. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed.
São Paulo: Cortez, 2011, p.35-44.
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