segunda-feira, 9 de março de 2015

Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame

Nesse texto Cipriano Carlos Luckesi, escreve sobre o exercício pedagógico escolar, no qual é atravessada por uma pedagogia do exame, eis abaixo minha síntese sobre o texto.



 Síntese reflexiva
            O nosso exercício pedagógico escolar é atravessado mais por uma pedagogia do exame que por uma pedagogia do ensino/aprendizagem. Uma pedagogia voltada para o resultado das notas do que no processo da aprendizagem.
            Os alunos têm suas atenções centrada na promoção, ou seja, ele precisa de boas notas no exame para passa de escolaridade, sem se importa como e quais caminhos ele percorreu para conseguir atingir sua meta.
            Os professores utilizam as provas como instrumentos de ameaça e tortura prévia dos alunos, protestando ser um elemento motivador da aprendizagem, mas eles usam as provas como um fator negativo de motivação, fazendo com o que o medo leve os alunos a estarem.
            Os pais das crianças e dos jovens, em geral, estão na expectativa das notas dos seus filhos. O importante para eles é que seus filhos tirem boas notas, sem a preocupação de eles realmente aprenderam.  
            Por meio de sua administração, o estabelecimento de ensino, deseja verificar no todo das notas como estão os alunos. O estabelecimento está interessado nos dados estatísticos das notas.
            O próprio sistema de ensino está atento aos resultados gerais, pois servirá de parâmetros entre os estabelecimentos de ensino, para uma comparação entre eles e vê se estão dentro de uma margem “normal” de termos de notas e suas manipulações, polarizam a todos.
            A atenção centrada nas provas, exames e notas apresenta desdobramentos especialmente na relação professor-aluno. Os professores elaboram suas provas para aprovar ou reprovar seus alunos e não para auxiliá-los na aprendizagem, além de fazem promessas de “pontos a mais” ou “pontos a menos” em função de atividades escolares regulares ou extra que pode não está ligada a determinado conteúdo.
            A utilização das provas como ameaça aos alunos, por si, não tem nada a ver como o significado dos conteúdos escolares, mas sim com a disciplinamento social dos educandos sob o amparo do medo.
            Esses fatos não se dão por acaso. Tais práticas já estavam inscritas nas pedagogias dos séculos XVI e XVII, no processo de emergência e cristalização da sociedade burguesa, e perduram ainda hoje. A pedagogia jesuítica tinha a orientação dos estudos escolásticos e um rigor nos procedimentos de ensino eficiente, a pedagogia comeniana tinha no medo um excelente fator para manter a atenção dos alunos e a sociedade burguesa vive na hegemonia da pedagogia tradicional e tem a seletividade escolar e seus processos de formação das personalidades dos estudantes.
            Ao longo da história da educação e de nossa pratica educativa, avaliação da aprendizagem escolar, por meio de exames e provas, foi se tornando um fetiche, ou seja, a avaliação da aprendizagem escolar foi criada para auxiliar o processo ensino- aprendizagem e tornou-se independente desse processo para leva considerações de interesses.
            O medo é um fator importante no processo de controle social, pois o Estado, a Igreja, a família e a escola usam como um freio de ações indesejáveis.
            As consequências da pedagogia do exame pode ser: pedagógica, centrada nos exames e não auxilia a aprendizagem dos estudantes; psicológica, utilizada no desenvolvimento da personalidade submissa e social, útil no processo de seletividade social.


Referência
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p.35-44.


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